terça-feira, 2 de junho de 2009


Noite

Meti o dia no bolso
Fechei as esperanças na carteira e saí para a noite.
E a noite era fria e o escuro era a noite.
Nas ruas desertas só encontrei os meus passos
Só a minha sombra se projectava no chão
Caminhei apressada
Fugindo dos passos
Fugindo da sombra
Fugindo de mim.
E no meio da fuga perdi as esperanças
Que levava fechadas
Que levava guardadas bem junto de mim.
E o medo que tenho não é já da noite
E o frio que sinto não é já do tempo.
Não há noite mais escura ou frio maior
Ou noite mais longa que a que trago dentro.

(Encandescente)

Sem comentários:

Enviar um comentário