domingo, 14 de junho de 2009


Uma voz chamou por mim.

Voltei-me.
Não era ninguém.

Ou talvez fosse aquela pedra com o sonho dentro
tão pisada na carne de ouvi-la gemer sempre.

Ou a nuvem azul da tua imagem
deitada na sombra de dormir a meus pés.

Ou tu talvez dentro de mim
a querer arrastar-me para a dimensão
do outro céu subterrâneo
com estrelas negras debaixo do chão.

Ouvi o meu nome.

Voltei-me.
Não era ninguém.
(Eras tu.)

O vento acariciou-me.

(José Gomes Ferreira)

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