quarta-feira, 19 de agosto de 2009


À Babuja...

À babuja,
é onde o mar vem beijar a terra,
quando esse mar fica terno e meigo.
Tudo o que quer é marejar.

Ausenta-se então a angústia,
entrelaçam-se as mãos de amantes
por vezes, no primeiro acto de amar.

À babuja,
perante a imensidão do mar,
acertamos a nossa dimensão,
esquecemos a vaidade,
sentimos um recolhimento,
que filtra o nosso orgulho
e lhe dá o mérito da eternidade.

À babuja,
repete-se o som desses beijos do mar,
ritmados e envoltos em brisa.

Toca-nos uma certa temperança.
Os nossos dons são mais entendidos,
o nosso coração fica mais são,
sem melancolia ou desconfiança.

À babuja,
já de corpo despido,
conseguimos que o espírito fique nu
para melhor reflectirmos.

(Nídio Duarte, in Sentimentos Eternos)

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