domingo, 27 de dezembro de 2009


pescando na noite

na noite, do meu terraço
contemplando o espelho negro do mar imenso
eram cinquenta trémulas luzinhas
contei-as uma a uma de um só fôlego
uma luzinha um barco
um barco uns quantos homens
centenas de homens cercados pelo oceano
lançam intrépidos as suas redes
na esperança de alcançar a morte da fome
eu, afinal que sei eu
aprendiz de pescador de sonhos
lanço as minhas redes
na esperança de alcançar a morte da ignorância

(António Paiva)

Sem comentários:

Enviar um comentário