Noite
O sol raiou
a brisa apareceu
o espírito amainou
e o milagre aconteceu…
A escuridão
cobriu a cidade
uma luz de verdade
iluminou a razão!
Descobri quem sou
no espaço teu…
meu corpo
cheio de estrelas
vestiu-se de solidão.
Sou a alegria
que te embala
e adormece…
É no teu sonho
que estou
calma e serena!
Sou!
A tua noite
que te aquece…
(Paulo Afonso Ramos)
Onde as palavras dos outros se reunem às nossas num espaço de silêncio e reflexão
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Dou um murro na mesa pela falta das palavras
As folhas de papel voam assustadas
Sem a poesia o mundo morre-nos nos dedos
Da mão fechada que esbarra no silêncio
E na dor da ausência.
Dou um murro no tempo dos nadas
Para chegar à melodia da palavra
Que no ventre do pensamento
Anda de mão dada com a solidão.
A palavra espera por um sinal
Pelo gesto que acontece.
O murro é a força motriz
Do parto no poema que nasce.
(Eduardo Montepuez, in Metamorfose do corpo)
As folhas de papel voam assustadas
Sem a poesia o mundo morre-nos nos dedos
Da mão fechada que esbarra no silêncio
E na dor da ausência.
Dou um murro no tempo dos nadas
Para chegar à melodia da palavra
Que no ventre do pensamento
Anda de mão dada com a solidão.
A palavra espera por um sinal
Pelo gesto que acontece.
O murro é a força motriz
Do parto no poema que nasce.
(Eduardo Montepuez, in Metamorfose do corpo)
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
A PASSAGM DO TEMPO
Nas casas vazias não ouço o bater dos relógios
de madeira pendurados nas paredes, com o pêndulo
a oscilar à passagem dos segundos. De resto,
quem poderá ouvir esse bater dos relógios
nas casas vazias a não ser as sombra que as
habitam e cujos pulsos batem, sem que
ninguém os ouça, ao ritmo do bater dos relógios
nas paredes de gesso e de estuque? No entanto,
levo ao ouvido o peito das sombras para que,
através do bater dos seus corações desfeitos
pela noite das casas vazias, me chegue à alma
o bater dos relógios nas paredes vazias. Então,
o tempo começa a passar mais depressa para
que as casas deixem de estar vazias; e o que eu quero
é que a casa vazia se encha com os teus passos,
ao meu emcontro, e um outro relógio comece a bater,
como o coração das sombras que havemos de ser,
quando nos encontrarmos para romper o silêncio
da casa que deixará de estar vazia, com a tua
luz a expulsar as sombras e a tua voz a fazer
esquecer o bater dos segundos do relógio de madeira.
(Nuno Júdice)
Nas casas vazias não ouço o bater dos relógios
de madeira pendurados nas paredes, com o pêndulo
a oscilar à passagem dos segundos. De resto,
quem poderá ouvir esse bater dos relógios
nas casas vazias a não ser as sombra que as
habitam e cujos pulsos batem, sem que
ninguém os ouça, ao ritmo do bater dos relógios
nas paredes de gesso e de estuque? No entanto,
levo ao ouvido o peito das sombras para que,
através do bater dos seus corações desfeitos
pela noite das casas vazias, me chegue à alma
o bater dos relógios nas paredes vazias. Então,
o tempo começa a passar mais depressa para
que as casas deixem de estar vazias; e o que eu quero
é que a casa vazia se encha com os teus passos,
ao meu emcontro, e um outro relógio comece a bater,
como o coração das sombras que havemos de ser,
quando nos encontrarmos para romper o silêncio
da casa que deixará de estar vazia, com a tua
luz a expulsar as sombras e a tua voz a fazer
esquecer o bater dos segundos do relógio de madeira.
(Nuno Júdice)
terça-feira, 17 de agosto de 2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
BUCÓLICA
A vida é feita de nadas:
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas
Pelo vento;
De casas de moradia
Caídas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;
De poeira;
De sombra de uma figueira;
De ver esta maravilha:
Meu pai a erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha.
(Miguel Torga)
A vida é feita de nadas:
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas
Pelo vento;
De casas de moradia
Caídas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;
De poeira;
De sombra de uma figueira;
De ver esta maravilha:
Meu pai a erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha.
(Miguel Torga)
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