quinta-feira, 12 de maio de 2011

MÃOS NAS MÃOS

Ah, se o tempo parasse...

Ficaríamos os dois juntos,
mãos nas mãos,
algemados às nossas alegrias,
tristezas, angústias e cansaços;
seríamos um só.
Olhos nos olhos,
fitaríamos as nossas almas
através do brilho
do nosso olhar.
Com ternura,
juntaríamos todos os pedaços,
mesmos os mais pequeninos,
da nossa vida:
os mais felizes
e até, os mais dolorosos.
Juntaríamos memórias,
sorrisos e lágrimas.
Juntos,
olhos nos olhos,
mãos nas mãos,
ficaríamos assim,
meu amor.

(Mário Mendes, in (A pena, que apenas...")

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Debitas-me silêncios

Debitas-me silêncios
E reticências…
Quando na dureza da voz macia
Dos teus lábios
Ornamentas flores e lavras
No silêncio das tuas palavras!

Debitas renúncias
E crucificas-me as mazelas:
Teu olhar fala-me paisagens
Rosas e margens
A brincarem às estrelas
Quando finges silêncios e reticências…

E na dureza da ausência
Um sopro distante
Angustiante
Um silêncio de melancolia
Na voz da noite do luar
Uma eternidade nos dias a folhear!

Debitas-me silêncios
E açoites de negativas
Em palavras altivas
À noite murmuras balbucios
Ao frio d’almofada
E lamurias nossa paixão crucificada!

Asseveras-me a justiça
A transbordar motivos mil
Flechas e açoites
No mistério do frio das noites;
Uma taça
E champanhe: a noite convida-nos dócil!


(Décio Bettencourt Mateus)