quarta-feira, 6 de julho de 2011

Deixa-me só...

Deixa-me só...

Não atormentes o meu silêncio
com palavras inúteis
ou um sorriso macilento
que traga consigo o odor
a bafio
e uma quase aspereza
com sabor a castigo
sem perdão!

Deixa que me embale no abandono
duma viagem sem destino
como se buscasse a pedra filosofal
ou o elixir da eterna juventude
ainda que as lágrimas
caiam no âmago do mesmo silêncio
bruto
e doam como punhais
tragando a carne em agonia!

Deixa-me só...
A guardar os caminhos sem regresso
e a tornar vivas as imagens
perdidas
do tempo da inocência!

(Paulo César)

1 comentário:

  1. Sente-se a inocência dos barcos que partem

    sem perderem a noção do cais
    agora ocupados com outras rotas

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