quinta-feira, 28 de julho de 2011

Inquietação

Onde estais?
Chamo-vos e não oiço resposta,
Mas sinto os vossos passos que vão,
Que foguem...

Onde estais?
Há tanto por fazer,
Tanta gente a esperar um sorriso,
A desejar um abraço,
A pedir uma palavra
De carinho...

Há tantos olhos rasos de lágrimas
E de angústia,
Trantos braços prenhes de medo,
Embrenhados em solidão,
Tantos corações quase mortos
Pelo cansaço do abandono,
Pela distância da marginalidade.

Caiem noites sobre noites,
Erguem-se dias sobre dias
E, quando vos chamo,
Apenas ressoa o eco do meu grito.

Inquieto repito, sem cessar, aflito:
- Onde estais?

Paulo César, in "No chão d'água"

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