esgota-se o tempo
já não há tempo para que a poesia se dê ao luxo
de passear nos bosques encantados e nos egos poluídos
dos intelectuais de escrivaninha.
já não há tempo para que os versos se ostentem,
bem rimados, construídos, bem ritmados, bonitos,
nos corações vazios da burguesia.
é urgente que as palavras ganhem o peso das pedras,
se revoltem com os que vivem sem poesia e sem pão.
não há tempo para brincar aos poetas, ao depressivo snob en vogue.
só nos resta tempo para que se não nos acabe o tempo,
para que gritemos ainda que não abdicámos do futuro,
com propriedade, ou mesmo sem.
("Pedras contra canhões", do blog letras ígneas)
é preciso resistir ao tempo
ResponderEliminaro amor é revolucionário
Gosto muito deste poema.
ResponderEliminarÉ tempo de palavras com pontaria.
A poesia não pode salvar o mundo
ResponderEliminarsó ajudar
e já é tanto