Ubiquidade
Podias ter vindo hoje,
como quem chega de longe,
rompendo o silêncio da manhã
num voo de velas desfraldadas
ou num canto súbito de rouxinol
anunciando a primavera.
Podias não ter vindo hoje,
perdida numa maré de nevoeiro,
sem encontrar o caminho,
deixando-me preso à margem deserta
de um rio de águas estagnadas
como um barco sem rumo.
Podias ou não ter vindo hoje,
encher meu dia de luz ou sombra,
que não impedirias a noite de cair
nem o vento de bater nas janelas
ou que os cães latissem à lua
incapazes de compreender o futuro.
O que te queria mesmo dizer,
tivesses ou não ter vindo hoje,
é que sempre estarás dentro de mim,
mesmo nos dias em que nunca vens.
(Runa)
Onde as palavras dos outros se reunem às nossas num espaço de silêncio e reflexão
sábado, 28 de abril de 2012
quinta-feira, 26 de abril de 2012
O Silêncio
Sabes...
O silêncio mente
Quando esmaga a dor que sentimos,
A memória que aflora,
O amor que dói,
A tristeza que invade os poros
Todos, até às entranhas.
O silêncio mente
Quando nos obriga a ficar,
Querendo partir,
Nos força a sorrir,
Querendo chorar,
Nos inmida a fazer de conta
Que somos aqueles que aparentamos
Ser, quando somos outros,
Tão outros e tão sem igual.
O silêncio mente
Despudoradamente e sem vergonha,
Sempre que nos torna escravos
Da sua egocêntrica voracidade
E nos compele a ser
Amorfos e hermafroditas,
Em corpos ideais.
Sabes... O silêncio dói demais!...
(Paulo César, in No Chão D'Água)
Sabes...
O silêncio mente
Quando esmaga a dor que sentimos,
A memória que aflora,
O amor que dói,
A tristeza que invade os poros
Todos, até às entranhas.
O silêncio mente
Quando nos obriga a ficar,
Querendo partir,
Nos força a sorrir,
Querendo chorar,
Nos inmida a fazer de conta
Que somos aqueles que aparentamos
Ser, quando somos outros,
Tão outros e tão sem igual.
O silêncio mente
Despudoradamente e sem vergonha,
Sempre que nos torna escravos
Da sua egocêntrica voracidade
E nos compele a ser
Amorfos e hermafroditas,
Em corpos ideais.
Sabes... O silêncio dói demais!...
(Paulo César, in No Chão D'Água)
quarta-feira, 25 de abril de 2012
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Testemunho
As vezes procuro encontrar
As mesmas sensações
Os mesmos momentos
Que em criança trazia no olhar
Encontrei ventos
Que espalham desilusões.
É a diferença da idade
Sem poder recuar
É toda a realidade
Que me faz lutar (brincar).
Hoje, o meu brinquedo
É todo o medo
De poder acabar.
Vejo o tempo, fugir
Das minhas mãos
Sem me iludir.
Continuo a caminhar
Pelo sonho que construí
Deixo, as palavras do que aprendi.
nada mais tenho...
Paulo Afonso Ramos)
As vezes procuro encontrar
As mesmas sensações
Os mesmos momentos
Que em criança trazia no olhar
Encontrei ventos
Que espalham desilusões.
É a diferença da idade
Sem poder recuar
É toda a realidade
Que me faz lutar (brincar).
Hoje, o meu brinquedo
É todo o medo
De poder acabar.
Vejo o tempo, fugir
Das minhas mãos
Sem me iludir.
Continuo a caminhar
Pelo sonho que construí
Deixo, as palavras do que aprendi.
nada mais tenho...
Paulo Afonso Ramos)
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