Menino da Rua
Criança que te arrastas pensativa
Pelas ruas do sonho e da cidade,
Limpa a lágrima súbita e furtiva
E ri-te com prazer e com vontade
Quero que faças do que te atormenta
Um brinquedo bonito e colorido...
Quero que esqueças o que a vida inventa
P'ra te fazer chorar, menino querido...
Crinaça vítima, criança dor
Que não conhece o abrigo, nem sequer
O aconchego doce do amor...
O gosto de um abraço de mulher.
Gostava de saber-te protegida,
De ter-te junto a mim constantemente...
Quero pôr fim à porca dessa vida
Que te agride e te marca injustamente...
Criança, rosto sujo, cor doente,
Corpinho nu, cansado de sofrer...
Vergonha de quem diz que está contente,
Maldição de quem vive por viver...
Quem me dera poder secar-te o pranto,
Sarar-te as feridas e guardar-te aqui...
Criança, meu amor, quero-te tanto
Que não serei feliz se penso em ti.
(Helena Rocha, in Beijos e Sorrisos)
Onde as palavras dos outros se reunem às nossas num espaço de silêncio e reflexão
sábado, 22 de setembro de 2012
terça-feira, 18 de setembro de 2012
NAYARA
Meus sentidos não fazem sentido
Estou a vagar em um barco sem leme
A cada dia levado pelas ondas.
Uma voz me desperta...
Fecho os olhos e vejo você.
Cada palavra dita,
Cada sílaba articulada,
Conduz o meu barco para além do horizonte.
Não me atrevo em abrir os olhos,
Pois não quero ficar órfão dessa doce ilusão.
Sinto as horas tocarem-me os olhos,
Tentando de qualquer maneira despertar-me.
Vivo travando esse longo duelo
O qual, por você, luto a cada instante...
A solidão articula sua última cartada:
Oferece-me palavras vis, blasfêmicas e ofensivas.
Desperto-me envolvido numa bruma de desespero
Grito o seu nome... Nayara!
Mas sua voz não responde.
A lembrança de sua ausência me assombra
Ao mar, dediquei o sal do meu pranto,
Aos sonhos, ofereci um banquete de incertezas
Ao vento, lancei esse poema
Para que todos saibam o seu nome...
(Agamenon Troyan, pseudónimo de Carlos Roberto de Souza)
Meus sentidos não fazem sentido
Estou a vagar em um barco sem leme
A cada dia levado pelas ondas.
Uma voz me desperta...
Fecho os olhos e vejo você.
Cada palavra dita,
Cada sílaba articulada,
Conduz o meu barco para além do horizonte.
Não me atrevo em abrir os olhos,
Pois não quero ficar órfão dessa doce ilusão.
Sinto as horas tocarem-me os olhos,
Tentando de qualquer maneira despertar-me.
Vivo travando esse longo duelo
O qual, por você, luto a cada instante...
A solidão articula sua última cartada:
Oferece-me palavras vis, blasfêmicas e ofensivas.
Desperto-me envolvido numa bruma de desespero
Grito o seu nome... Nayara!
Mas sua voz não responde.
A lembrança de sua ausência me assombra
Ao mar, dediquei o sal do meu pranto,
Aos sonhos, ofereci um banquete de incertezas
Ao vento, lancei esse poema
Para que todos saibam o seu nome...
(Agamenon Troyan, pseudónimo de Carlos Roberto de Souza)
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