sábado, 30 de janeiro de 2010

Canção do Caminho

Esta fúria de saber,
de analisar, de afirmar,
de duvidar, de querer,
de só querer duvidando,
de estar em tudo presente,
sem a qual me não entendo,
é o mais alto caminho
que vale a pena trilhar.

Este prazer de rasgar
para de novo construir,
de imaginar que sou de aço
sem me esquecer que sou eu,
com as minhas contradições
e a minha fragilidade,
sem me esquecer que sou feito
de pele, músculos, ossos,
sangue, vísceras e berros,
é o mais claro destino
que vale a pena sonhar.

Este orgulho de não querer
nada para mim apenas,
para ter os braços mais livres,
para ser mais dono de tudo,
para poder ir pelo mundo
sem nunca ser estrangeiro,
é a única riqueza
que vale a pena ganhar.

(Armindo Rodrigues)

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