sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Sophia
Houve um tempo de heróis, lágrimas e espera,
um tempo de punhais
na noite mais incerta;
houve um tempo de dor,
uma oscilação da alma.

Houve um tempo em que a tua voz se cingiu
à coroa das espadas;
um tempo de sal depositado nos teus lábios;
houve um tempo de cantos, ondas e de estrelas
na branca manhã que o sono nos revela.

E houve um tempo de poemas,
um tempo de palavras,
um tempo (já esquecido)
de música e de festa.

Quem ousará dizer
que os teus heróis regressam,
quem poderá jurar que do amor reaparecem,
ao vento, os perfis das coisas que ele nos deu?

(António Mega Ferreira)

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