domingo, 24 de outubro de 2010

Ninguém me viu


Cheguei! Marquei presença
e não deram por mim…
Quem haveria de dar?
Tenho a ausência descomprometida
e regras para respeitar…
Cheguei!
Ninguém viu:
Pardais de telhado…caídos;
uma pomba branca amordaçada…
Corruptos vendidos.
pátria minha; sua coutada…

Cheguei!
O aviso estava na porta:
-Aqui só gente morta…

Ninguém acudiu!
Ninguém reparou!
Ninguém sorriu!

Farto de escutar o silêncio
Da ausência comprometida…
Chorei!
Gritei!
E ninguém me viu…

(Rogério Martins Simões)

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