Tu.
Última ilha antes do Silêncio.
Ponte inquieta, engenharia de névoa
com pilares de suor encantado.
Simplicidade de dois braços a limitarem o mundo
com ímpeto de calor de frutos,
fonte de nuvens para os olhos cegos.
Árvore com duas mãos quentes de lágrimas
a taparem o céu da inutilidade do mistério.
Tu.
Olha-te religiosamente ao espelho,
ó meu amor do desânimo da tarde.
O teu corpo é mais do que tu.
É a vida a desejar-me.
(José Gomes Ferreira, in Poesia IV)
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