terça-feira, 24 de agosto de 2010

Dou um murro na mesa pela falta das palavras
As folhas de papel voam assustadas
Sem a poesia o mundo morre-nos nos dedos
Da mão fechada que esbarra no silêncio
E na dor da ausência.
Dou um murro no tempo dos nadas
Para chegar à melodia da palavra
Que no ventre do pensamento
Anda de mão dada com a solidão.
A palavra espera por um sinal
Pelo gesto que acontece.
O murro é a força motriz
Do parto no poema que nasce.

(Eduardo Montepuez, in Metamorfose do corpo)

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