quinta-feira, 26 de abril de 2012

O Silêncio


Sabes...
O silêncio mente
Quando esmaga a dor que sentimos,
A memória que aflora,
O amor que dói,
A tristeza que invade os poros
Todos, até às entranhas.

O silêncio mente
Quando nos obriga a ficar,
Querendo partir,
Nos força a sorrir,
Querendo chorar,
Nos inmida a fazer de conta
Que somos aqueles que aparentamos
Ser, quando somos outros,
Tão outros e tão sem igual.

O silêncio mente
Despudoradamente e sem vergonha,
Sempre que nos torna escravos
Da sua egocêntrica voracidade
E nos compele a ser
Amorfos e hermafroditas,
Em corpos ideais.

Sabes... O silêncio dói demais!...

(Paulo César, in No Chão D'Água)

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