Leio-te
como teus olhos
como teus olhos
fossem um poema
mais belo de
sempre...
Leio-te,
nas tuas mãos
alimentando os meus sonhos,
nos teus gestos
afagando minh'alma,
nas tuas carícias
que me desvelam
e me torturam.
Leio-te
nas tardes de Outono,
quando a noite se atrasa
repousando na sacada
perdido num pôr-do-sol.
Leio-te
em cada palavra
discorrida
em cada livro,
imaginando-te...
leio-te
sem te aprender...
(Jorge Bicho, in "por dentro das palavras")
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