sábado, 16 de outubro de 2021

O silêncio da palavra

 A palavra anoitece
veste a escuridão
segreda-me os intuitos
com um hálito de cacimba.
Rotas e rotas
desenhadas no tempo
contam-nos histórias
momentos,
de intensos saberes…

A palavra é o silêncio.
Um chilrear,
acorda-nos devagar…
A luz brilha
no horizonte
vestindo a palavra
de um nenúfar
apoteótico
coberto de ilusão.

A palavra arrefece
na mudança de mão
de voz
esquece-se
e na solidão
fica quieta
presa
na escuridão…

A palavra é o silêncio
a pedra,
a história
ou o tempo que morreu…
despida,
perdida,
cala-se então!

(Paulo Afonso Ramos)


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