quarta-feira, 13 de maio de 2020

A-MAR

Dissolvo a esperança na espuma
repenso o passo
percorro a linha do sol
estremeço e solto o beijo
sem destino.
Desejo o mar e desejo amar
desejo abrir o livro aberto, mas
tão fechado valsar o silêncio
fazer rimar a prosa, desejo-te e no entanto
não saí daqui, inquieta, a pensar em ti
e, perante o mar, recuso o sonho
e escrevo para ti
dando vida ao grito e espaço ao passo
recuo, mas avanço
em direcção ao mar e dissolvo no tempo,
para sempre o verbo
A-mar.

(Olívia Santos, in "Nos teus olhos a janela do tempo"

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