domingo, 5 de julho de 2020

SEM UMA DESPEDIDA

Tenho cinco minutos do tempo que resta, tenho uma caneta em que a tinta lhe falha e falta-me a força, ainda assim, num último fôlego tenho uma voz rouca que procura por ti... em vão!
Ainda me faltam tantas palavras em tantas melodias para cantar ao teu ouvido, num cúmplice segredo...
E tu? Que sempre desejaste esse momento, sem nunca o pedires, sem que os teus olhos escondessem esse desejo em que um dia neles o li... nunca tive a coragem de assumir esse interpretação como a correcta, como a real...
Agora é tarde demais... porque te perdi! Agora é tarde demais, essencialmente porque te perdi...
Nem o tempo soube gerir, para oferecer a minha despedida!

(Paulo Afonso Ramos, in Mínimos Instantes)

Sem comentários:

Enviar um comentário