Eu era o sol, eu era vento e mar.
Um furacão à solta a fervilhar,
Um furacão à solta a fervilhar,
Era uma tempestade universal.
Era a força da própria natureza...
Era uma luz brilhante e sempre acesa
Tudo em mim era belo e natural.
A minha juventude era pecado,
Porque eu era um vulcão incendiado
Que ninguém dominada ou conhecia.
Era ave que chega e vai-se embora
Rasgando o céu com as asas, mundo fora
Em busca de aventura e fantasia...
Eu era um golfinho, uma gazela,
Um desafio, um grito ou uma estrela,
Um cavalo a correr em liberdade...
Cheia de sonhos, ilusões, ideais,
Pedindo à vida muito, muito mais,
Não cabendo no corpo e na cidade...
A fúria de viver que outrora eu tinha...
A raiva de perder que era tão minha,
A febre do sucesso e da vitória...
Faziam parte da mulher que eu era,
Que tinha o mundo inteiro à sua espera
E escrevia no vento a sua hístória...
Hoje sou o que resta do que era...
A minha juventude, (quem ma dera!...)
Foi uma amiga que me abandonou.
Na batalha do ser saí vencida...
Já não há luz nem cor na minha vida...
De tudo isso o tempo se encarregou...
(Helena Rocha, in Beijos e Sorrisos)
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